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Muitos  cristãos natalenses passaram a madrugada montando enormes e coloridos  tapetes, feitos de areia e pó de serra. Para citar alguns exemplos, a  tradição foi comemorada em Candelária, Morro Branco, no Alecrim e também  na Catedral Metropolitana, onde houve missa e procissão pelas ruas do  centro, presidida pelo arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. 
Há séculos é assim. A origem da festa tem diversas significações. Na Idade Média era costume celebrar a missa com as costas voltadas para o povo. Criou-se um mistério em torno da Ceia Eucarística.
“Todos  queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para  evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a  Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas  para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela  primeira vez em Paris, no ano de 1200”, contou o padre Roberto Silva,  pároco da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Morro Branco, onde uma  procissão com aproximadamente 1.500 pessoas seguiu pelas ruas Antônio  Basílio, Raimundo Brito, Nascimento de Castro e Júlio Rezende, voltando  em direção à igreja. No tapete foram usados mais de 200 sacos de pó de  serra. 
Em Candelária, aproximadamente 800 pessoas participaram da celebração, que começou às 17h com uma missa celebrada pelo padre Júlio César Cavalcante na Praça de Guadalupe, próximo à delegacia, e seguiu pelas ruas do bairro com destino à Matriz de Nossa Senhora da Candelária. “Gastamos 70 quilos de areia colorida e 80 quilos de pó de serra. A força de vontade das pessoas também ajudou a fazer o tapete”, disse a articuladora paroquial Eralce Silva Campos.
Catedral lotada
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“É  a solenidade do corpo de Deus que se celebra 60 dias após o Domingo de  Páscoa. É uma tradição para proclamar sempre o mistério, a grandeza e o  valor da sagrada eucaristia para a vida da Igreja”, declarou o arcebispo  Dom Jaime Vieira Rocha. “É um memorial da paixão, morte e ressureição.  Cristo pediu que se fizesse tudo isso em sua memória”. 
  O padre Aerton Sales, pároco da catedral, disse que esse ano não foi  montado o tapete de 40 metros por três de largura entre a porta e a  calçada, na Deodoro. A chuva atrapalhou, mas o brilho da celebração se  manteve. “Também é uma data em que pedimos perdão a Jesus Eucarístico. É  o único dia do ano em que levamos às ruas o Santíssimo Sacramento. As  procissões mostram ao público que Jesus está presente na hóstia  sagrada”, afirmou Sales. Para a religiosa Iolanda Silva, a data tem um  significado especial. “É uma tradição que começa desde que a gente é  criança. Para mim acredito que estou dando meu testemunho vivo”.
Fonte:Spergio Henrique, Diário de Natal 
 
 
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